sábado, 9 de maio de 2015

A todos os amores negligenciados...




quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Depois dos impulsos de paixão, depois de descobrir que amo mesmo, dentro daquele velho conceito de amar, -de sentir protegido e aconchegado quando se pensa na pessoa amada- veio a negligência. 
Sim amor, negligenciamo-nos. Difícil acreditar, por que havia tanta cumplicidade, tanto companheirismo... Mas enfrentemos as circunstâncias. Não nego que eu fui a primeira a não cuidar dos sintomas do amor, a não mantê-los sempre aguados para que continuassem a florescer. Sou culpada. Mas este relacionamento nunca foi unilateral, tu também negligenciaste-me. Os discursos defensivos não valeram como justificativas para tal erro, a distância, os modos de cada um ser, a falta de tempo ou interesse - o que não acredito que tenha sido - acabaram se cumprindo.
O que dizer agora, senão que sinto a falta da tua presença? Pois sinto, na realidade nunca a deixei de sentir, mas os rumores que correm por ai tornam-se verdade quando dois corpos se separam, e outros testemunhos mais doídos também vêm a provar-se verdadeiros quando duas almas ainda estão juntas.
Negligenciamo-nos. E é complicado dizê-lo. Por que as lembranças são nítidas como bonitas fotografias e vivencio-as fortemente ainda, como se tivessem sido vividas na noite passada.
Subestimamos os fatos, esses que nos levaram para longe. Mas a esperança ainda vive, pois a tua presença deixa-me mais aprazível, uma beleza que vem de dentro para fora e esta sensação de beijar as nuvens e viajar pelo universo, disto meu amor, não hei de desatentar.